urologia

 

Nem sempre a bexiga hiperativa é compreendida pelos doentes como sendo patológica, mesmo que tenha implicações, por vezes graves, na sua qualidade de vida. Considerar que é algo “normal” da idade ou ter vergonha de falar com o seu médico sobre os sintomas são os principais fatores que afetam o diagnóstico.
Nos doentes com bexiga hiperativa verifica-se que, apesar de a bexiga nem chegar a encher, há contrações fora de tempo, o que resulta numa necessidade incontrolável de ir à casa de banho, obrigando o doente a interromper atividades do dia-a-dia para satisfazer este ímpeto.
A bexiga hiperativa pode surgir acompanhada de incontinência, sendo que quem sofre desta patologia tem uma perda completa e não apenas a perda de umas gotas de urina. Com o propósito de evitar perdas de grandes volumes de urina, os indivíduos com bexiga hiperativa tendem a urinar frequentemente, na tentativa de manter um volume relativamente baixo de urina na bexiga. No entanto, apesar deste mecanismo adaptativo, a incontinência continua a ser um problema incómodo e limitativo para estas pessoas.
A doença condiciona muito a vida social, sexual e familiar dos doentes. Muitas pessoas evitam as relações sexuais, pois têm vergonha do odor resultante das perdas involuntárias de urina, evitam locais sem casa de banho e não fazem saídas longas.
É também comum que estes doentes se habituem a urinar antes de sair de casa ou a sentar-se o mais próximo possível da saída em locais públicos, onde sabem que o acesso à casa de banho pode ser mais difícil. Os indivíduos desenvolvem, assim, estratégias adaptativas para esconder o problema, como a alteração na ingestão de líquidos, mapeamento das casas de banho, redução da atividade física e social.
Estas estratégias, em conjunto com os sintomas, afetam a interação com amigos, colegas, famílias e o rendimento profissional, podendo levar ao isolamento
Impacto emocional:

  • Vida social reduzida;
  • Embaraço, frustração, vergonha e ansiedade;
  • Baixa auto-estima.

O impacto emocional pode levar a uma redução de atividade sexual e ao isolamento
Impacto físico:

  • Como é comum os doentes levantarem-se várias vezes durante a noite para urinar, estes distúrbios do sono traduzem-se em falta de concentração, fadiga e outros distúrbios psicológicos;
  • O facto de se levantarem várias vezes durante a noite propicia também quedas e consequentes fracturas, especialmente nos doentes mais idosos;
  • Infeções urinárias e da pele.

 

 

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